quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Laboratório Feedback em Tempo Real


*com coletivo qualquer: Luciana Chieregati(BR) e Ibon Salvador(País Basco);

*dias 3 e 4 de Janeiro das 17h às 20h e 5 e 6 de Janeiro das 14h às 18h;

*local: c.e.m (centro em movimento), Rua dos Fanqueiros, 150, 1º, Lisboa;
 

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O feedback em tempo real é um dispositivo que vimos utilizando em nossa investigação como evidenciador de nosso desejo no outro. Cada vez que damos um feedback em tempo real, seja este falado ou em movimento, observamos um rasgo na composição a decorrer que imediatamente dialoga com nossa presença. Neste laboratório perguntaremos como convivem dois momentos, dança e feedback. E como as hierarquizações e ordenamentos que costumamos estabelecer entre eles se indeterminam e se reorganizam.


sábado, 13 de outubro de 2012

textos abiertos y en proceso - "sobre las cosas que no se pueden hablar"

No hay visualizaciones, es estar en el lugar, hacer vida y mantener vida/vivo el lugar. Tu te vas, yo vengo, miro, miras, miran // me miran, te miro, los miras // hay líneas tejiendose todo el tiempo pero la sutileza de esas líneas perceptivas - de essas acciones de la percepción -  deben ser sustentadas, vibradas, regeneradas en cada instante del presente en que quizas un ojo se desplaza hasta allí al fondo. La coreografia se compone así en un nivel sutil-simple que va desde el movimiento de los ojos al rostro, de percepciones relacionandose, accionando el espacio perceptivo, "lo que vemos, lo que nos mira" (Didi Huberman), mirar y ser mirado, cuando testimonio y cuando soy testimoniado.

¿Que se hace visible en el espacio dicho de: un poco mas cerca, un poco mas pequeño, un poco mas imperceptible?

Observo, digo lo que estoy observando, y cuando lo digo invoco algo que no estaba allí o que al decirlo aparece de una manera nueva y diferente, a sido dicho. Si miro y digo que miro las palavras acompañan de alguna manera la mirada, si digo que miro y no miro hay algo que aun así mira, esta mirando.

Siempre comenzando,  sin dejarle vias a lo predecible. tik tak de la piel, sound track de los ojos, diagramas que podrían suceder en un salón, en una plaza.

Y la lengua hablada... hablada-pensada... pensada y hablada, ese elemento que hace paréntesis, que rasga y hace común la experiencia, este metalenguage sobrepuesto al cuerpo silencioso; dice que lo dice sin decir nada, un cuerpo que cuando es visto en una relación no significativa con la palabra aparece, si, ahí aparece.

domingo, 23 de setembro de 2012

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

texto para leitura comum sugerido por Paula Petreca


Corpo Cênico, Estado Cênico, Eleonora Fabiao:

http://www.scribd.com/doc/57479580/Corpo-Cenico-Estado-Cenico-Eleonora-Fabiao

pratica: dançar como estou seguido de escrita automática, 03/09/2012, l´mono, bilbao

luciana escreve acerca de ibon:

"o mesmo só que diferente. como sempre, como é. eu gosto da dança. sempre parto do que me apetece. meu olhar é disperso. apanha fluxos e pausas. as palavras, só as do final eu ouvi. o reto foi fluxo e pausa com muitas coisa no meio. tipo o espaço do fundo e nunca para além da bateria. tipo o tecido e a pele e uma composição qualquer que não interessava muito e não tinha porque interessar. para que pressupor que o que faço tem de interessar ao outro qualquer coisa? isso é impossível. possível na relação de desinteresses pressupostos e nunca de interesses dados como tal. filosofia barata. acho que a descrição com a dança que você faz é magnífica. não tenho medo pá! pá! pá! e o duo com o gato, a gata no cio. a bunda dela sempre para o ar. você sempre a dizer não. você e a gata.

luciana escreve acerca de luciana:

"pensar enquanto me movo. mover enquanto penso. permover mopensamiento. inventar palabras. hablar en otra lengua. intentar hablar en otra lengua. está bién el analise de lo que pasa encuanto se hace. o se hace analisando. la intimidad del movimiento con la palabra. cuando no hay separación. cuando hay un reconocimiento de cada movimiento y no un juzgar del acontecimiento. parece pensar-entre-mover-decir-delay. pero cuál és a diferencia del pensar, del decir y del bailar?parecen lo mismo pero está separados. o que cada palabra genera en la presencia de mi cuerpo? cuando digo suelo, pié, esquerda, derecha, tela... estoy confortable en un flujo del decir y no cuando hay una propuesta fija para el decir."

ps: abogamos por el uso del portuñol!

"Sobre las cosas que no se pueden hablar"

 
 
 


 
 
Proceso de creación en residencia en Bilbao Septiembre y Octubre del 2012.
 
 

domingo, 8 de julho de 2012

Aparecimentos (3 textos de agora)


1. Aparecimento, a pergunta apareceu assim: de que maneiras denotamos um aparecimento? ao que na tentativa de responder isto foi aparecendo; pensar o aparecer... eu não tenho o controle sobre o que aparece, posso ter a capacidade de o ver, de ver esse aparecimento sem o presupor; um não olha para algo,  por momentos ve, e esse ver ta relacionado com o que antes não podia ver - talvez olhaba mas não conseguia ver -. O que veio se faz sempre onde não veio. Esse limiar que constantemente exercitamos nas fronteiras do que sabemos, quer dizer, do que não sabemos é o lugar do aparecimento, o que se faz ver que vaí vindo ao visivel desde onde nao se veia.


2. Corro, corre, correríamos, extendemos as fazias em direcção ao ar e nesse instante uma pomba com bico alargado entre-mexe fios  perto de nossos cabelos… logo ajuntamos, os ténis com os brincos, as camisolas na pedra, head-phones e corta-unhas,  uma gritaria de pequenos gestos fazendo  piscina no rio Tejo. E a sangue escorrega corpo adentro pelos braços até a pontinha de todos os dedinhos mesmo e já vai também  pela nariz de Maria de Nazare a fazer se  pingo no chão da igreja de São Paulo. Nesta ribeira quase não tem praia, os pés de novo vão uns atrais dos outros, os outros atrais dos barcos: pulo, os olhos olham a pedra, a borracha do sapato faz linha até que a perna toda sai do são encosta no ar e gira a bacia com suas veias e cartilagos alborozando do prazer de se contorcerem, um sorriso na boca é inmediato, o reflexo do corpo todo no vidro do obnibus que passa, o braço esticando desde a medula, e a medula esticando desde os neuroneos e os neuroneos trabalhando sem parar em um sonho,,, ahhhh possa vida,,, os supermercados comenzam a desaparecer como aquelas pragas que exterminao-se a si próprias.

3. Nao nos debe preocupar tanto o que pensa o publico, ou se gosto, ou tanto se comprendeu. Temos que rasgar algures nos mesmos, sendo que isso quer dizer rasgar o nosso tempo. De alguma maneira induzir a nossa praxis e pensamento a uma insistencia que nao tem mais certeza que a propria insistencia. Sendo que o existente, é (des)arraigado e elaborado nesse repensar as fraturas que acarretamos de nosso pasado se pensando com o potencial futuro no presente.

segunda-feira, 26 de março de 2012

algunos que hablan (varias linguas)

Nao he podido construir nada homogéneo para mim, sempre todo parte da ideia de que tenho uma vida, um carácter, qualquer coisa uma que se mantiene, que prosigue, que as vezes se desequilibra mas enfim, sempre volta para a primeira substancia unificada, eu, meu nome ou algo assim. Não posso com isso, la paulatina destruição de mim mesmo que se pratica em mim quase que involuntariamente – ainda que com minha permisao – não me deixa orientar-me, me parte literalmente entre memorias que aparecem como fotografias, cuerpos presentes e edifícios que solo capto superficialmente.

La cinta transportadora que son mis passos, a observância imparável que é cada um dos meus movimentos me deixa totalmente indefinido, sendo que a maioria das vezes acho irrisório pensar que estou em um solo lugar. Esse lugar que sou eu próprio, (?) não para de se mover e não o paro de mover e a noção de substancia que tinha dele vai virando itinerância, uma parte de um camino en el que no puedo nem suspeitar um começo, nem um final. Esto me desborda, um lugar tan cerca de mim, tão cerca, que parecera que sou eu que levanto o braço, um lugar tão cerca e que ainda assim não é meu, mas bem poderia dizer que eu sou dele. Um pequeño observador, um documentador da própria vida de um mesmo, vida que não pertenece, vida despojada de qualquer comprometimento com ela própria e ao mesmo tempo caudal. Caudal de significâncias variáveis que não paran de formatar o que é o mundo para essa vida apropriada em “eu”, que não pode mais ser apropriada a não ser que o sea na linguagem.

Vamos nos observar dizendo as coisas sobre as coisas, quero dizer vamos deixar que esse despertenecimiento da substancia eu, do eu-digo, atravesse a barreira do orgulho e o pudor para practicar essas palavras ditas de imposiveis, de vergonha, de paradoxo… (cada dia aparece mais forte a vontade de escrever com o corpo na rua)

Cuando digo esto, hà qualquer entusiasmo que comença a parecer-se mais a uma angustia, uma urgência do comprometimento. Lo azul viendo para a superfície das mãos. Essas mesmas mãos, minhas e delas próprias, pessoais e estranhas nunca param de perpetuar um dialogo com el mundo que não tem nada a ver com este, eu mesmo, que diz mãos ou escreve sobre elas. A qualidade infinita que dez dedos articulados e quarenta trilhoes de poros sensíveis – que não são científicos-explicabeis porque ninguém preciso de ciência para saber que acariciar uma pele poderia percorrer paisagems ou deixar a impressão em quem toca de um magnetismo das células para alem de elas mesmas e muito aquém de dizer o que acontecia. Já que a lenguagem naqueles momentos se féis mutua, e eu, a palavra não fazia parte. Nasceu a interrupção! Nasceu o gap! a falha do homen com o homen, nasceu o vacio da inexistência onde se fundam todos os posiveis. E isto, porque como bem falaba um saxofonista imaginário que invento Cortazar, todo esta cheio de buracos. Naqueles tempos esa frase da realidade cheia de buracos me fazia ver o abismo através deles, qualquer massa escura, sobre a qual conformamos superfícies necessárias para nossa supervivencia. Mas se olhasemos a posivilidade contingente que una percepção esburacada da paisagem nos oferece, UM PODER NAO-SER DE CADA COISA, podemos imaginar-realidades de buracos não abismados, se não, buracos travessia, passagems abertas a cada olhar vertiginoso que pretendamos dirigir ao medo primeiro de nos desapropriar do todo o que somos e nos circunda, de modo, a parar de fazer um eu-mundo, ou em uma língua mais habitual um mundo próprio. Porque isso não existe, isso é uma ficção de liberdade que constrói uma gaiola, é a cobardia de todos nois, atar-mos todos os cabos da conciencia e não deixar ser os locos, os vagabundos, transumantes, adivinos, bagos, iluminados-sacerdotes-de-la-cachaça, pirómanos de monumentos, desnudos que correm com a maior voluptia para mostrarse nas canchas de futbol. Issos, e os que viram a cabeza de lado para trastocar a visão da rua, o decidiram por espelhos deformes no banheiro, os que costuram a mão para fazer membrana e ser pato, iguana marina, ornitorrinco.

Todos esses que estão comenzando a aparecer e que para minha tristeza rapidamente virão produto, foto-chapa sem integridade, algo mais especifico do género humano, um freak mais a juntar na lista. Isso é decadente, todo e atrapado, colocado a mostra, publicitado imediatamente. Como profanamos este improfanavel que hemos criado? Como corremos em direcção a um lugar onde o homen-mulher não se cace a si mesmo, se digitalize e ache que isso é suficiente, que por qualquier identidade a todo movimento vertiginoso é suficiente.

Agora já criei meu discursso, as linhas me estam propondo reconfigurar este papel, corromperlo de insultos, deixar de explicar para ir sendo, romper o que aqui vou dizendo pelo meio. Aparecer na grieta. Neste cartomante pequeno que nasceu dentro de mim faz séculos. Esse velho pequeno, de barba apertada e figura magra que sempre me tem paciência e sonrie sim sonido, o rosto dele-eu é um soriso pícaro como se nada do que estou a fazer importara realmente, como se o único alimento posivel fosse uma pêra cheia de agua e um olor a madera e bosque. Há outros, e a outro eu que não é, assim, outro tão claro como esse velho, que é raiva de tendões e ossos e mandíbula apertada, e algum ser que me faz ver-me como cabos e arames, com um potencial de extensão absurdo e uma vontade inmensa de me contrastar com a dureza de outros materiais. Ele permiteme atravessar certas racionalizações do cotidiano, a dizer, aquela ridícula de caminarmos pelos caudales que se formão entre arquitectura e fluxos de gentes. Eu amo.


sábado, 11 de fevereiro de 2012

Laboratório: “Feedback em Tempo Real”, 18/02/2012 (10h-13h)





O feedback em tempo real é um dispositivo que vimos utilizando em nossa investigação como evidenciador de nosso desejo no outro. Cada vez que damos um feedback em tempo real, seja este falado ou em movimento, observamos um rasgo na composição a decorrer que imediatamente dialoga com nossa presença. Neste laboratório perguntaremos como convivem dois momentos, dança e feedback. E como as hierarquizações e ordenamentos que costumamos estabelecer entre eles se indeterminam e se reorganizam.

Investimento: 20 euros
local: c-e-m (rua dos fanqueiros, 150,1andar, Lisboa)

sobre as coisas que não se podem falar

Estamos a estudar já algum tempo o livro de Giorgio Agamben “O que resta de Auschwitz” , no qual ele esmiúça a questão do testemunho. O que é o testemunho, sobre o que esse testemunho pode falar, o que para ele é indisível, quais os lugares possíveis da fala de quem se propõe a testemunhar, que caminhos pode o testemunho percorrer. Auschwitz, parece ser o exemplo que demonstra um paradigma em que essa voz do testemunho não pode afinal testemunhar, mas apenas “testemunhar sobre um testemunho que falta", insistir na missão de lembrar que de fato não podem falar os verdadeiros testemunhos. Da vivencia da experiência nos campos, só quem poderia falar, seriam os mortos.  


Desde esse pensamento e associando-o a  um exercício de criação que a muito fazemos em nossas praticas e ensaios, o “exercício da descrição”, algumas conexões tornaram-se possíveis. Nos aproximamos de um corpo político, que fala sobre algo que experiência, porém nunca é capaz de abranger a totalidade dessa experiência, mesmo servindo-se de muitos caminhos, de diversas linguagens (fala, movimento, gesto, etc.) para alcançar seu objetivo, ou pelo menos insistir em alcança-lo.
O corpo que aparece com a história do testemunho e o “exercício da descrição”, é esse  que se diz a si próprio e imprime uma história e uma visão de ser do momento, que deixa um rastro de memória, que deixa no espaço e nos outros e em si mesmo essa possibilidade de brincar com um testemunho que não fala só do passado, mas que pode ser atemporal, na medida em que assume a transitoriedade do que conta e percebe que o momento de contar é o que importa, não o que se conta. Reconhecer esse compartilhar como uma ação que carrega em si mesma muitas incógnitas, que depende de seus interlocutores e chama-os a um esforço para tornar-se relação, para poder trabalhar o paradigma de se dizer o não dizível, como algo que pode transitar camadas que se dizem a si mesmas e são acompanhadas por escutas que não são só as que trabalham no ouvido interno. Um corpo político porque se aproxima das formas mais categorizadas de entendimento de si, reconhece-as e pode abrir-se a outras maneiras de entender-se no próprio movimento de desentender-se. Um corpo que utiliza e se faz comunicação no ato da fala (e da não-fala, essa “zona imprevista” onde emerge o testemunho), do movimento, no contar uma história, em uma imagem. Que coloca em si próprio a discussão das relações e não em um tema fora dele.

A proposta de trabalho que apresentamos então segue essa direção. Nesse momento nos interessa imensamente poder debruçar sobre esse material, questionando o sujeito que fala e que mediante o paradigma do testemunho busca outros sentidos no dizer em ato. Esta pesquisa teve seu começo em setembro de 2011 numa residência no Espaço AZALA na Sierra Alabesa (ESP), agora damos continuidade a organização de estes materiais en viés da criação de uma performance.