quinta-feira, 4 de novembro de 2010

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

sobre outro corpo político

Tenho andado a ler em voz alta para Ibon “O que resta de Auschwitz” de Giorgio Agamben, livro no qual ele esmiúça a questão do testemunho. O que é o testemunho, sobre o que esse testemunho pode falar, o que para ele é indisível, quais os lugares possíveis da fala de quem se propõe a testemunhar, que caminhos pode o testemunho percorrer. Auschwitz, parece ser o exemplo que demonstra um paradigma em que a essa voz do testemunho não pode afinal testemunhar, mas apenas “testemunhar sobre um testemunho que falta”[1], insistir na missão de lembrar que de fato não podem falar os verdadeiros testemunhos. Da vivencia da experiência nos campos, só quem poderia falar, seriam os mortos.

Desde esse pensamento e me recordando de um exercício de criação que a muito fazemos em nossas praticas, ensaios e performances, o “exercício da descrição”, algumas conexões tornaram-se possíveis e de novo pude me aproximar de um corpo político, desde outro viés, esse viés do testemunho, daquele que fala sobre algo que experiência, porém nunca é capaz de abranger sua totalidade, podendo servir-se de muitos caminhos, de diversas linguagens para alcançar seu objetivo, ou pelo menos insistir em alcança-lo.

O exercício é sobre descrever em tempo real os movimentos físicos, das atenções, espaciais, temporais e memórias, que acontecem no momento mesmo da dança. Nessa pratica, muitas vezes nos damos conta da impossibilidade da linguagem falada dar conta de tudo que acontece quando curvamos o tronco sobre o estomago. Muitos delays, frases que são completadas com outras frases, palavras que calam e viram um pé que sai do chão, uma pausa onde tudo vai mais rápido que nunca. Sobre as representações e as maneiras que temos de falar acerca de nós mesmos. Sobre como entendemos e nos relacionamos com esse corpo. Que possibilidade podemos abrir e experienciar cada vez que acessamos esse lugar de falar-se a si próprio, ao espaço, como “sendo”. Um corpo político que se aproxima das formas mais categorizadas de entendimento de si, reconhece-as e pode abrir-se a outras maneiras de entender-se no próprio movimento de desentender-se.

O corpo que me aparece com a história do testemunho e o exercício da descrição, é esse corpo de que falei acima, mas em uma nova camada, a camada daquele que se diz a si próprio e imprime uma história e uma visão de ser daquele momento, que deixa um rastro de memória, que deixa no espaço e nos outros e em si mesmo essa possibilidade de brincar com um testemunho que não fala só do passado, mas que pode ser atemporal, na medida em que assume a transitoriedade do que conta, mas não deixa de contar. Na medida em que se dá conta de que o momento de contar é o que importa, não tanto o que se conta. Reconhecer esse compartilhar como uma ação que carrega em si mesma muitas incógnitas, que depende de seus interlocutares, e chama-os a um esforço, para tornar-se relação, para poder trabalhar o paradigma de se dizer o não dizível, como algo que pode transitar camadas que se dizem a si mesmas e são acompanhadas por escutas que não só as que trabalham no ouvido interno.

É surpreendente como ao longo do tempo e da insistência em uma pratica, as camadas vão revelando-se e posso me encontrar mais confusa sobre todas as coisas que creio ser.



[1] AGAMBEN, Giorgio. O que resta de Auschwitz: o arquivo e a testemunha (Homo Sacer III). São Paulo, Boitempo, 2008, p. 43.

sábado, 9 de outubro de 2010


CORPO DEPOIMENTO



Tricksters ou vagabundos, ajudantes ou cartoons

SESC Itaquera
Dia(s) 16/10
Sábado, às 13h.
Com Coletivo Qualquer. Concepção, criação e interpretação: Luciana Chieregati (Brasil) e Ibon Salvador (Espanha). O espetáculo propõe o movimento como criador de pensamentos, volumes, velocidades, que são qualidades tridimensionais que reformulam o espaço adentrando-o em constante diálogo, focando e desfocando atenções. Por meio do improviso e leituras de textos, interagem entre si e com o ao redor. Sede social.

domingo, 3 de outubro de 2010

domingo, 19 de setembro de 2010

um lugar

sobre o gesto


A conversa esses dias tem sido acerca do gesto. O encontro de uma peculiar qualidade de movimento com sua existência espaço temporal em determinado contexto escolhido, nesse caso o Largo do Machado e seu redor.Atentar ao cotidiano,às diversas dinâmicas que habitam esse espaço específico em um minucioso exercício de observação e relação.

É nesse cotidiano que existe o gesto e é também nesse lugar que se podem reconhecer diferentes maneiras do que esse cotidiano habitualmente compreendido como banal, comum, normal, poderia vir a ser. As definições buscam caminhos para apropriar-se de algo que talvez seja impossível de ser apropriado, que só existe se vivido. Um movimento que a partir do momento que passa a ser considerado coisa, perde suas potencialidades de ser e exaspera uma artificialidade que não cabe no seu acontecer.

A etimologia dessa palavra ressalta aquilo que é de todos os dias. O que é de todos os dias senão a própria vida?

É nesse observar o dia a dia e perceber-se ao mesmo tempo dentro dele, que aparecem possibilidades de se trabalhar o gesto que pode comunicar uma poética da praça. Através de estratégias que vão sendo criadas e experiênciadas uma certa qualidade pode emergir e falar sobre si mesma.

Nesse sentido, essa qualidade comunica um gesto que não desaparece no “normal” do cotidiano, nem tampouco salta para fora do contexto de seu acontecimento. É um gesto que está em seu lugar e se possibilita enquanto acontecimento ao evocar contextos e presenças que habitam o espaço entorno.

Uma estratégia possível de acessar esse lugar do gesto é a vivencia interessada na mudança das atenções que ocorrem em nosso corpo a cada instante. Se me permito observar o caminho dessas atenções, ou como a luz que muda no chão imprime um deslocamento espacial em massa das pessoas que habitam esse entorno para a sombra ou em como o vento que sopra nessa direção indica em meus pelos a direção de um braço que levanta, posso vivenciar um estar que imprime algo mais, uma escuta, um estar com, um como.

Assim, o gesto de banal torna-se comum. Um movimento de reconhecimento das possibilidades de jogo com os movimentos que lá já estão, com as dinâmicas que somente ali aparecem, com as temporalidades específicas daquele espaço. Tudo cabe nesse gesto que ultrapassa essa fronteira em que não é mais de ninguém, mas ao mesmo tempo ainda pertence a todos. É possível reconhecer nessa dança do gesto, a velhinha, o pombo, a textura do asfalto e a luciana que fala de todas essas coisas, sendo essas coisas, mas continuando a ser luciana.

O gesto não comunica algo fora dele, mas sim à ele mesmo, e aí é possível reconhecer o que o torna especialmente comum. Ser comum, por habitar esse movimento comum. Ser comum por estar em mim e em todos. Ser comum por que cada um no seu fazer pode acessa-lo de sua maneira, imprimindo uma peculiaridade reconhecível em qualquer um, mas que nesse momento é através de um corpo que se fala a si próprio.

Isso é dança.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Investigação de movimento: Proposta para um outro estar

I.

Desde la actualidad de lo que esta siendo la danza contemporánea quiero considerar el pensamiento como movimiento y proponer el movimiento como pensamiento. Esta premisa de la que parto va a permitir comprender una corriente de transdisciplinaridad en la que esta inmersa la danza contemporánea como también otros campos abiertos al estudio del cuerpo como la investigación científica y la filosofía. Las pesquisas actuales en el campo científico revelan un carácter sensorio-motor en la producción de pensamiento ligando definitivamente este a las relaciones que establecemos con lo que nos rodea. El pensar, aun situándose en una trama neuronal ultra compleja y generadora de miles de combinaciones no se queda ahí, va mas allá, la medula se ramifica en centenares de conductos nerviosos que reciben y traducen informaciones, produciendo respuestas que en gran medida ni tan siquiera pasan por nuestro consciente. Esas informaciones son generadas por la comunicación continua que mantenemos con el entorno, sean cambios de temperatura, relación gravitacional de la masa corporal, respiración, hidratación-deshidratación etc. Esto es tan solo un pequeño ejemplo de los innumerables movimientos que acontecen en el organismo y que están directa e indirectamente ligados a lo que pensamos. Podríamos observar también el sistema endocrino con su producción y segregación de hormonas que aparte de hallarse situado en el cerebro (hipófisis, hipotálamo) también se distribuye en diferentes áreas del organismo provocando movimientos y mudanzas en este a velocidades diferentes de las de los impulsos neuronales y interviniendo en procesos como el crecimiento y el desarrollo de los órganos sexuales.

A donde quiero llegar es a ese encuentro que se genera entre cuerpo y ambiente del que nacen y renacen constantemente los micro y macro movimientos de nuestras atenciones que ya están siendo pensamiento. Tendría que ser obvio que uno no piensa igual sentado o caminando, en un espacio iluminado o en penumbras. En este lugar la danza investiga las membranas, los diferentes limiares entre tejidos, órganos y células hasta la exterioridad de la piel y desde ahí para las diferentes atmósferas. La investigación artística se sumerge en la experimentación de diferentes áreas en cuanto cuerpo en movimiento, experimenta las propias membranas, acepta el embate y el dialogo con el entorno. En este sentido que es transdisciplinar, en el sentido en que comparte con otras áreas de investigación lo que esta siendo este cuerpo.

De primeras no quise entrar en la filosofía porque a veces parece que nos queda mas lejos pero la filosofía esta ya de por si preguntándose que es este cuerpo, creando pensamientos en cuanto a este que lo movilizan y lo cuestionan constantemente, desenfocando el cuerpo sacralizado que nos es enseñado para abrirnos la posibilidad de experimentarlo, de que pueda ser múltiple o mas bien de apreciar su multiplicidad. El cuerpo, los cuerpos, lo incorporal, las desterritorializaciones, la potencia (posibilidad) etc. son palabras que van y vienen entre la filosofía y la danza, entre la lengua y los lenguajes y las palabras también se mueven.

II.

Retomando la premisa por la que partíamos aparece mas obvio el enunciado del pensamiento ser un movimiento. Ya que por así decirlo pueda parecer que entraña una metáfora simple, de tal manera que hoy en día cualquiera de nosotros pueda imaginar (visualizar) el movimiento de las células neuronales en cuanto creamos “pensamiento”. También porque al referirnos al pensar adoptamos expresiones como “pensamiento fluido”, “estoy atascado en esta idea”, “mi cabeza vuela”, etc. Este pensamiento que aparece entre comillas, esta entre ellas porque señala una comprensión reducida de el mismo; un pensamiento racional estrictamente relacionado con el consciente, entendido en un ámbito mayoritario mediante la palabra y la imagen visual que produce/reproduce del mundo. Aun así ese “pensamiento” se mueve en un campo muy amplio, tiene todo un espacio de gramáticas, semánticas, memorias, expectativas, conocimientos adquiridos, caminos y variables de conexiones para construirse. Pero ahí mismo, en esos múltiples movimientos queda atrapado, dando vueltas finitas en secuencias repetidas, en ciclos que pueden durar horas, años o quizás vidas.

¿Y si es un pensamiento que se mueve, se esta moviendo y se permite ser en ese movimiento? Ser siendo, no se delimitar en ciertas estructuras, formatos y configuraciones. Un pensamiento moviéndose en sus fronteras, deslimitándose, optando por incomprensiones y comprensiones de sus membranas, tanto sean tejidos, espacios de enunciación, de gramática o de lenguaje. Un pensamiento que se mueve y es movido en una línea cintilativa que ínter-penetra tejidos, cuerpos y ambientes. Ahí, asistimos a una transformación de las sustancias, pasos al límite o fuga de contornos, en provecho de fuerzas fluidas, de flujos, del aire, de la luz, de la materia que hacen que un cuerpo o una palabra no se detengan en ningún punto preciso. El pensamiento como movimiento ya no es cerebro, concepto o imagen visual; ahora se precipita por el cuerpo, por sus amígdalas, poros y cantos deslimitántose, atravesando la piel para estar con las atmósferas y los lugares.

III.

Podríamos aventurarnos en esa idea, revirarla, adoptar la línea cintilativa y invertir, apreciar posibilidades de comprensión desde el movimiento como creador de pensamiento. Sin caer en la redundancia de dar una traducción verbalizada a esa dimensión del pensar. No se trata aquí de intentar comprender que tipo o forma adopta esa sugerencia del movimiento como pensamiento. Se trata mas bien de una propuesta para observar otra hipótesis de conocimiento; el movimiento esta siendo pensamiento en si, en sus volúmenes, en las relaciones que mantiene con el entorno, en la cualidad tridimensional que reformula el espacio, que esta irrumpiendo en el y en constante dialogo. El cuerpo en movimiento aun pareciendo parado, se esta pensando con el ambiente, no para. El dialogo entre temperaturas revela complejidades equivalentes a las de los circuitos neuronales y también esta en relación con estos, tanto como con las corrientes de aire y las micro-meteorologías. Así el pensar esta siendo direcciones, masas, sonidos y relaciones; no se circunscrive ya en una instancia centralizada, esta poblando el cuerpo, transitando capas, pone en duda sus limites y para decirlo de alguna manera se piensa a si mismo en relación no encapsulado.

La palabra entonces puede ser descentralizar o otra posibilidad de percibir; un desplazamiento en nosotros mismos que permita una comprensión del individuo no como latencia - un cuerpo recipiente, que emanaría - sino como exterioridad, encuentro, conversación de membranas. Membrana piel, membrana aire, membrana suelo, hígado, luz, etc. el pensar de una célula, de una parcela de tejido. Una danza, un teatro, un experimento que sucede a diario entre lo que esta siendo imperceptible, entre ese desplazar de la sangre cuando me reacomodo en esta silla, en ese mini-gesto del parpado o en una brisa que redujo en 0´3ºC la temperatura de mi rostro. Entonces no es sobre el reacomodarme en la silla, es sobre cómo me observo reacomodándome; los múltiples ángulos, percepciones e imaginarios que surgen cuando me observo reacomodándome. Se abre un juego, una practica de posibilitar líneas e ondulaciones en el pensar con la lluvia ciertas memorias o dar una respuesta con el rugir de un motor entre bocinas y semáforos. Estar con el lugar, la danza quizás es esa y el pensar hace parte y forman grupo.

IV.

¿Cómo es mirar o estar con este movimiento-pensamiento?

¿Qué implica en la danza?

Sugiero que desde ya me sitúa en otro lugar como público. Me coloca en un enfocar y desenfocar mis atenciones, en un ser y estar pluridimensional en el espacio (cuerpo, volumen, sentidos, vísceras). Las lecturas que hago del movimiento dejan de ser solamente visuales, negándose en principio a establecer una distancia con la danza que esta aconteciendo, criticando el espectar del espectador. Por ejemplo; hay alguien-¿un interprete?- que se esta desplazando en un lugar (escenario), en transito y en relación con el entorno que también se mueve, medio-entorno que también se mueve conmigo -¿publico?- y desde mi. Mi cuerpo sentado no para de moverse en cuanto elige a donde mira, en los balanzos mínimos de cabeza, tics, respiraciones y suspiros. Eso como mínimo esta alterando las corrientes de aire y los pesos sobre la madera. Ahí me puedo permitir observar mi danza y la danza del otro en mí. Puedo apreciar que estoy siendo danzado al observar una danza; observando como observo.

Ver el movimiento como pensamiento conlleva otra manera de encuentro entre “quien baila” y “quien ve” otra manera de entender mismamente el ver y el estar. Una apreciación del lugar, que esta en movimiento, que roza con nosotros en variación continua. Mudándonos también y nosotros a el, ella, esos…

De esta manera se cuestiona el carácter de un producto-espectáculo organizado para el consumo, en el que las dinámicas de protagonismos y el escalonamiento verticalizante de sus esferas parecen reconfortar una política imperante. En esta línea también la vida aparece espectacularizada, se debate entre las representaciones de poder y de sumisión, de ganar y perder, de bien y mal. Son las líneas mas reforzadas con las que nos acostumbramos a mirar lo que nos rodea; líneas que desde su naturaleza establecen grandes divisiones, distancias y enfrentamientos. Creo que desde la danza, desde el arte en general hay que estar atento a estos movimientos que muchas veces se reflejan también en estas mismas artes. Y provocar una política que posibilite estar con los lugares, con las personas, con lo olvidado; una política de la que emerjan múltiples líneas en múltiples direcciones considerando otras maneras de relacionarse.


V.

Quizás la propuesta de la danza en estos días sea esa, otra manera de encontrarnos, mirarnos, componernos entre lugares y personas y olores y palabras. Observar como observamos, desde donde estamos mirando lo que nos rodea, si es desde los ojos y lo que pensamos en ese “pensamiento” formateado que tenemos para decirnos quien somos a nosotros mismos o nos dejamos distraer, confundimos los contornos para profundizar en el cuerpo, en los cuerpos, en sus mudanzas continuas, en esas adaptaciones y readaptaciones continuas que realiza con el ambiente.

Me refiero a experimentar, abrir nuestras atenciones para que las vivencias no sean inmediatamente conceptualizadas o freimadas. Dejarse estar en el lugar sin catalogar inmediatamente si estamos en el escenario o en la butaca, si el sonido es bueno o malo, no dictar lo que esta siendo, no reducirlo a “esto” o “aquello”, a ciertas palabras o a una imagen. Ahí estaríamos reduciendo las posibilidades, sobre todo las nuestras propias pero también las que devienen de un encuentro.

La danza aquí es una investigación sobre la vivencia del pensar y el moverse ínter penetrándose, deslimitandose. Ya no se entiende en el marco del espectáculo esta teniendo un devenir-diluido entre “quien hace” y “quien ve”, esta siendo una invitación para cenar juntos en casa, para degustar atenciones, motas de polvo, aces de luz, murmullos e ir dejando que lleguen o no al cuerpo. Sin colocar estas “cosas”, estos términos en una escala si no dejándolos sobreponerse, dejándolos desordenarse. Quizás aparezcan los tantos que éramos tan enmascarados, las manías, los miedos y todos los ismos; pero me parece necesario comenzar a enfrentar ese lugar de la conceptualización abusiva para salir del discurso de poder que ella acarrea. Propongo una palabra vivenciada en cada ser diferente, que recorra ese cuerpo, que juegue en él acercándonos una danza diaria, una Danza que tiene su lugar en cada lugar en que nos dejamos estar y que se hace común precisamente en el estar siendo diferente, en cada cuerpo vivo que se deja estar siendo.

“Los espacios de estar aparecen en esta línea cintilativa entre pensar y moverse y moverse y pensar, entre vivenciar algo, quizás un movimiento y capturarlo suavemente en una palabra. En ese leve capturar brotan las palabras de aquella palabra saltos y asperezas; Estas girándose hacia aquel movimiento iluminan en el una danza. Ese leve, es el espacio que se dilata entre la vivencia y la aprehensión de ella en un concepto, ese espació es el lugar donde la danza deja de ser constructiva o gramatical o técnica y conteniendo todo eso que deja se abre a la poesía.”


Ibon Salvador Bikandi

quinta-feira, 22 de abril de 2010

sábado, 3 de abril de 2010

perder- se

Acho importante recuperar o lugar do "como" na frente do "que". Nao é tanto se entro nos meus códigos, senao, como se abre a possibilidade nesses códigos, a potência. Como se o código entranhasse uma impropriedade que me assalta e está em um limiar se mexendo, vivo. Daí a insistencia, já que ao insistir em uma certa dinâmica ou movimentaçao vamos esquecendo de onde esta veio e pode emergir um estar com isso, um fazendo que nao se detêm na noçao do que o precedia, que vai se transformando ou nao, ou vai se apagando sem entrar nessa expectativa de ser isso ou aquilo. Deixar ser.

Aqui o exercitar está em compreender todos os nossos predicados como impropriedades, abrindo assim as membranas que nos delimitam para a possibilidade, estabelecendo sem estabelecer um limiar que seja como uma aureola, na que todos os nossos predicados sao exterioridade e nossa singularidade é comum.

Volto para minha dança e a de Luciana. E agarro-me para começar à nossa volta a um trabalho de muita força enquanto estamos a afundar nas dinâmicas de perda na nossa pesquisa de movimento. O que é quando me perco dançando? Como é observar a Luciana se perdendo? A perda é um "que" ou é um "como"? Quando alguém assume o "estando perdido" na dança será que traz consigo a potência de nao dançar? Aí também surge esse limiar da pura exterioridade, Aí Luciana pode ser todos os seus predicados nao pertencendo, nao se identificando com nenhum deles. Está dançando com todos os seus predicados, mas se esqueceu deles, está sendo a possibilidade(potência) da perna com o chao, das mil pernas e só uma, dos seus olhos em branco olhando memórias... Gira e gira na coluna de madeira do estúdio e me gera essa confusao de quem nao sabe o que está fazendo, mas "está com" e desde meus olhos posso fazer comunidade com ela, posso estar com ela, aproximar-me e distanciar-me, nao discernir, amar o lugar.

Picinguaba, 30 de Abril de 2010.

Picinguaba, Res Urubu 30 de abril

picinguaba, Residencia Urubu

domingo, 7 de março de 2010

último ensaio

O último ensaio do coletivo qualquer foi nessa quinta feira. Período de transformações e apropriações de coisas da pesquisa que precisam nesse momento ser tomadas, agarradas. A continuidade de um trabalho de fundo sem uma estrutura de fundo. Eu, ibon, o espaço.

Pergunto me o que cada momento dessa continuidade pede. O tal ajardinar. Acho que agora preciso regar as margaridas, a estrutura.

A busca de lugares para comunicar o que estamos a construir passo a passo. Nossas questões, interesses e crises. Um embrião que vai lá já para a criação de seus orgãos, de suas especificidades sem se deixar esquecer que poderia em qualquer momento ser todo o resto que não o define e o define ao mesmo tempo.

Uma estrutura. Um jantar. Esse momento da criação em que o convite está colocado, os convidados são quem quiser aparecer. Compartilhamos sabores. A apresentação de cada prato também é importante disse ontem a ibon. Para mim agora está sendo a linha de ligação na continuidade.

Praticamente é assim. A célula e sua especificidade.As trajetórias.

Estivemos dançando entao durante trinta e dois minutos. Dançamos com nossos scores, sem pensar muito em uma estrutura definida, mas sabendo por onde íamos passar, começando na mimesis.

Foram doze minutos de mimesis. Insistencias de ser, de revelar coisas que só com a idade vão aparecendo, como a formação da pele e as primeiras expressões móveis de um corpo. Surgiram muitos jogos no espaço, principalmente de distância e proximidade. Estar perto e longe. O uníssono que é um uníssono do som, da luz, da arquitetura, de memórias nesses tais transitos. Pertinhos, diagonais.

Talvez um preludio de organização estrutural e estabelecimento de linhas nesse score.

Depois uma transição incrível para leitura e dança. Da mimesis dessa leitura, de uma leitura juntos, o movimento das palavras do ibon(o livro era o profanações, agamben)no meu corpo, nas qualidades. A voz e uma entonação em uma qualidade específica que insistiu, virou lu. Pausa. O ibon pega a qualidade. Troca de qualidades. Durou pouco tempo. Achamos que se calhar era bacana deixar sua vida um pouco mais longa. Quatro trocas, duas em cada um. Outro vislumbre de uma organização estrutural da urgencia da comunicação.

Seguimos e dependentes demais um do outro sempre, fomos encontrar as individualidades quando dançamos juntos em contato. Eu numa qualidade, ibon em outra. Desajustes que no espaço e na dança revelavam essa independencia quando supostamente deveríamos estar em dependente conexão. Ambos achamos interessante trabalhar mais a fundo isso.

Só para dizer que se calhar é no próprio caminhar e continuar a caminhar, no próprio tornar-se fígado, coração, orelha, que vao surgindo os alinhamentos e as questões vão transformando-se em outras, nessa insistencia de ser sempre questão.

É bom saber que há um lugar para voltar.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

20 dias em são paulo

Ultimamente estou retomando a lectura dos primeiros textos da “comunidade que vem”, e para minha sorpresa estan se ligando entre eles de una “maneira” nova, num manare diferente. O que quero dizer agora nao esta ligado precisamente a isso, estou a pensar numa das conversas que tivemos neste ultimo laboratorio com a lisa nelson. Eu fiquei com a questao que ela propuis em varias rodas de compartilhamento que era: observa o movimento de tuas atençoes encuanto estas atento(aware) ao que outro esta falando na roda; observa como se compoe teu pensamento enquanto estas pensando, que atençoes transitan. Ela propus um dia aquele exerciço que também fiz com nos no c-e-m que era feixar os olhos e imaginar-nos dançando durante 1 minuto… no dia siguinte numa roda pidio que relataramos aquela dança em fala, e dai ela pidio que observaramos como construiamos um pensamento da memoria do dia anterior, e qual era a maneira de compor esse pensar no agora. Nestes movimento que planteo a lisa a mi se me abriu certa percepçao, como certo jogo infinito, acho que voçe va reconhecer, estaba falando depensamento do pensamento ou potentia potentiae (bartebly).Como penso meu pensamento, nao é algo magico nem ninguma essencia e algo que aconteçe nesse nao destinar o pensamento para o acto. Que se eu, me perdi um vocado. Mas para min é como se uma brecha se abrise quando percebo a posivilidade de estar “aware” de meu pensamento, de observar isse coreografarse das atençoes, esse compor-se e descompor-se com o ambiente( ela a lisa falo que o 95% das opçoes vienem do ambiente), e uma outra maneira de “estar com” na qual eu observo quais sao os meus padroes de me relacionar(compor, pensar) com o entorno, quero dizer, que estrategias adopto na hora de recriar(compor) a “minha realidade”. E neste vies fico uma frase da lisa: entao faz sentido sintonizar meus sentidos para dar respostas e nao reacçoes a meu entorno.

Foi moito bom ver ela dançar em picinguaba, só dançou ums 5 minutos mas pa!tinha uma força, uma frescura, um estar lá implicito no olhar ou por asi diçer um rigor no seu perder-se constante entre a madera, a carne e u vento.